As fontes são diversas, as histórias e estórias também. Fato é que não se sabe ao certo qual é a origem desta denominação, que, no passado, fora inclusive usada pelos grandes da literatura lusitana como um gentílico referente aos nativos da capital portuguesa. Lisboa, a terra dos alfacinhas.

 

O cênico e famoso Arco da Rua Augusta

O cênico e famoso Arco da Rua Augusta

Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Alberto Pimentel e Miguel Torga são alguns dos autores que se habituaram a chamar de alfacinha os nativos de Lisboa.

As histórias de Lisboa

Há uma história, ou talvez estória de autor desconhecido que parece fazer sentido sob o contexto histórico, que pelo menos nos convida a imaginar a cena e tomar esta imaginação por provável verdade.

Jardim do Parque Eduardo VII

Jardim do Parque Eduardo VII

“Dizem que as colinas da nossa cidade, após a ocupação do povo árabe da Península Ibérica, estavam repletas de alfaces, o mais cultivado alimento. A palavra “alface” vem, justamente, do árabe (originalmente Al-hassa). Este povo trouxe as sementes e proliferou as. E sendo que se cultivavam muitas alfaces, também se as comeriam em grande quantidade.

Contam também que quando as vendedoras de alfaces subiam a Calçada de Carriche, a malta começava a gritar “Lá vêm as Alfacinhas!”, como forma de anúncio da chegada das ditas saloias e suas verduras. Saloias, pois, porque viriam da chamada zona saloia de Mafra e Sintra, onde as plantações eram ainda mais abundantes.”
fonte: Lado-B

Lisboa e seus encantos

A rua que já foi denominada a mais linda do mundo. Rua da Bica de Duarte Belo

A rua que já foi denominada a mais linda do mundo. Rua da Bica de Duarte Belo

Se a estória for mesmo verdade, talvez alfacinhas deveriam ser os habitantes de Loures e Malveira, também conhecidos como Saloios, já que eram eles os alvos dos anúncios “Lá vêm as Alfacinhas!”.

Há ainda outra teoria de que os lisboetas já tiveram de viver só de hortaliças. A planta era abundante nos montes no período de escassez quando os árabes saqueavam as produções. Os habitantes eram forçados a viver com aquilo que havia na região. No caso de Lisboa, o alface era uma das hortaliças mais abundantes.

Mas no livro “Em Viagens na minha terra”, Almeida Garrett, em 1846, descreveu, “Pois, ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço…”.

Estátua de Marquês de Pombal

Estátua de Marquês de Pombal

E fique tranquilo, alfacinha não soa ofensivo aos lisboetas. Na verdade, soa até como um motivo de orgulho dos cidadãos que estimam seus consagrados escritores e sua história tão repleta de conquistas.

Seja qual for a origem, Lisboa e os Alfacinhas carregam amplo legado. A história de Lisboa é remontada até períodos pré-românicos e ainda hoje é possível visitar restos de construções românicas na região central de Lisboa. De fato, recentemente foram encontradas evidencias arqueológicas dos Fenícios, povo de um período que antecede quase 1000 anos aos romanos, em plena Sé de Lisboa.

Museu e Monumento Padrão dos Descobrimentos

Museu e Monumento Padrão dos Descobrimentos

Posterior aos romanos, Lisboa foi invadida pelos Mouros. É bem verdade que a influência moura sobre a arquitetura não é tão evidente como em outras regiões mais ao sul da Espanha e Portugal, mas não podemos deixar escapar que o tão visitado castelo São Jorge foi uma herança moura.

Forte Torre de Belém

Forte Torre de Belém

Os descobrimentos

Foi de Lisboa que, no século XV, partiram as embarcações dos descobrimentos marítimos portugueses como as de Vasco da Gama. E também era em Lisboa o porto principal de chegada do ouro e dos produtos do Brasil até meados do século XVII.

Turístico bonde n 28

Turístico bonde n° 28

Em 2017, Portugal foi eleito o principal destino turístico do ano de 2017 pela World Travel Awards e, pelo mesmo prêmio, Lisboa ficou com o título só dela de principal cidade de destino turístico do ano de 2017.

Visão de Lisboa a partir do Miradouro de Santa Luzia

Visão de Lisboa a partir do Miradouro de Santa Luzia

Onde se planta alface, come-se alface. Então gostando ou não da hortaliça, Lisboa é um destino certo que todo viajante precisa verificar, principalmente os brasileiros.

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