Embora seja comum a resistência a ideia de ter um estranho no grupo, principalmente quando o momento é destinado ao laser, ter um guia capacitado acompanhando e instruindo pode ser o elemento mágico para sua viagem.
Durante minhas jornadas, além de ter tido a oportunidade de guiar amigos ou “clientes”, também tive o prazer de partilhar de momentos maravilhosos com guias que me surpreenderam!
Geralmente o guia ou profissionalmente titulado condutor de visitantes não simplesmente apresentam o lugar e roteiros, mas ele faz no fundo muito mais do que isso. Ter um guia certamente agregará a sua viagem um elemento positivo que possivelmente não estava em seus planos. Neste artigo, com imagens nas aventuras na Chapada dos Veadeiros, elenquei os 10 motivos para você pensar duas vezes antes de negar a ajuda deste amigo.
1) Ninguém conhece o local melhor do que ele
Isso não quer dizer que você não possa vir a conhecer ou que as dicas daquele morador ou amigo conhecedor não tem valor. Pelo contrário. O guia muitas vezes conhece detalhes sobre o local a ser visitado que só irão enriquecer o passeio. O nome daquela planta diferente, a informação de onde há segurança para entrar na água ou não, aquela sugestão que você não sabia ou não havia dado importância, mas que vale a pena para seu perfil de turista.
2) Os passeios certos para o seu perfil
Como conhecedor da região e muitas vezes com experiência em diversos grupos, ele vai avaliar os gostos, disposição, facilidade de locomoção para sugerir os passeios para o seu perfil. Sim, é verdade que alguns guias vão evitar os roteiros mais complicados para ele, mas nada que um pouco de insistência não resolva. Mas a questão maior é a assertividade dos passeios. Com esta ajuda, a certeza de que o local atenderá as expectativas do grupo será muito maior. A consequência será que todos aproveitarão melhor.
3) Conhecedor dos animais da região
Os valentões, e por favor não se ofendam pois me incluo no grupo, tendem a ignorar os perigos e não-perigos da região. Pessoalmente sou avesso a qualquer contato com aracnídeos e durante minhas guiagens e passeios na chapada dos veadeiros sempre dei muita ênfase a segurança mantendo distância a estes. Na região por exemplo do Vale da Lua, é muito comum encontrar grandes quantidades de Aranha Armadeira (entre as mais venenosas do mundo) e acreditem, não é uma boa ideia colocar a mão sobre uma aranha que é quase da mesma cor das rochas na região. Em paralelo, na região do Petar existe outra forma nas cavernas de aracnídeos que simplesmente não oferecem risco algum ao ser humano. E mesmo em grandes quantidades, tornam-se uma atração à parte. Dentre outras formas de vida local, o guia conhece o que pode ou não oferecer risco e permitir um passeio mais tranquilo com a orientação adequada ao que há na região.
4) Os perigos naturais não são desconhecidos por ele
Da mesma forma como ele conhece os animais na região, ele conhece também os perigos naturais. É muito comum por exemplo em regiões de rios a “tromba d’água”, que se trata da chuva forte na cabeceira do rio e dependendo do local, a o volume de água do rio aumenta muito rápido, as vezes surpreendendo de forma ruim quem estiver em seu caminho. Há locais que este volume chega a metros em questão de poucos minutos, as vezes segundos. Novamente na chapada dos veadeiros onde há rios com seu leito rochoso, quando há chuvas em seu curso a água não é absorvida pela borda, então a “tromba d’água” vem com muita velocidade e intensidade. O guia conhece o que a região pode oferecer de risco e, por assim, evitar estes. Há macetes locais para “prever” estes percalços naturais.
5) A época certa para a visita
Muitos locais possuem um período do ano ou época certa para a visitação. Se quer ver neve nos pontos de esqui argentinos, vá no inverno. Se quer ver cheias cachoeiras lindas, vá na época logo posterior as chuvas da região, se quer fugir das chuvas, vá na seca. Mas quando é tudo isso? Apesar do ano ter as quatro estações, como cada região se comporta? Pois há sim diferença e nada melhor que nosso condutor de visitante para nos orientar, afinal é frustrante fazer a viagem para ver o encontro das águas do Vale do Ribeira e chegar lá na época de chuvas, quando não é permitida a visitação no local justamente pelo excesso e perigoso volume de água.
6) O guia certo
Para evitar o incomodo de ter um guia que não condiz com seu perfil, a dica é deixar claro desde a escolha do guia qual é seu perfil. Seja na pousada, na agência ou diretamente com o guia, dizer o tipo de passeio que procura vai ajudar muito a escolhe de seu condutor. Há guias e guias, assim como há pessoas e pessoas. O guia que naturalmente tem seu perfil vai te surpreender de tal forma que você vai desejar que a viagem nunca acabe.
7) Conduzir visitantes é um prazer, mas também é trabalho
O guia está a trabalho e está se responsabilizando pela segurança do grupo que o acompanha. Cada local tem sua norma de quantidade de clientes, mas para um guia é humanamente impossível dedicar a sua atenção a grupos muito grandes, portanto é adequado respeitar os limites de pessoas propostas. Por quê? Se alguém torcer o pé, quem vai ajudar? E se o grupo precisar “se virar” enquanto o guia socorre alguém, quem consegue? O número de pessoas no grupo é decidido desta forma. Como ele consegue dar o suporte adequado conhecendo a região no caso de incidentes ou acidentes? Além disso, cabe ao guia cuidar dos “espertinhos” e dos “extremamente cautelosos”, grupos distintos que oferecem basicamente o mesmo risco em diversas situações.
8) Vale o investimento
Como tudo na vida a qualidade tem preço. No caso do condutor de visitante não poderia ser diferente. Alguns locais são comuns encontrarmos habitantes antigos trabalhando como guia e estes, muitas vezes até pela simplicidade do local, não costumam cobrar caro. Mas o valor as vezes pesa no orçamento da viagem. Mas quanto você cobraria por um dia inteiro seu de trabalho? Será justo determinar valores irrisórios por este tempo? O guia dedica não somente o dia, mas ele renuncia a outras atividades para fazer aquela que as vezes é a economicamente melhor opção para a sua região ou a que ele mais gosta. Independente da razão, pesquise os valores locais, mas seja justo com o profissional, ele também precisa do dinheiro e por mais prazeroso que seja, ele está ali para trabalhando.
9) Você certamente ganhará um amigo
Todos, sem exceção, todos os guias que já conheci amam conhecer pessoas. Eles ficam orgulhosos em saber que sua rede de “amigos” há de professores a astrólogos, brasileiros a indianos, crianças a idosos, homens, mulheres etc. O guia quer te conhecer e adoraria saber do quanto a experiência que ele te proporciona significa a você. As vezes com tato, as vezes sem a curiosidade, mas o valor pessoal que ele satisfaz no trabalho não é somente visitar os locais, pois isso ele já pode fazer sozinho. O valor que pessoalmente ele satisfaz é de satisfazer e surpreender positivamente seus guiados. Os agradecimentos no fim do dia são presentes para seu dia e a evidência de que a missão foi cumprida. E isso será prazeroso para todos. O guia não está lá para se indispor, ele se candidata justamente para se dispor e aproveitar desta hospitalidade só cabe a você.
10) Aproveite a viagem
Tirar o máximo de proveito de um destino não é exatamente conhecer tudo que há naquele local. Lógico que alguns locais realmente valem a pena conhecer tudo, mas no fundo o mais importante talvez seja fazer o passeio certo tirando o máximo de proveito dentro do seu perfil. De que adianta fazer horas de caminhada sofrida se alguém no grupo não está a disposição? O passeio será cansativo e a expectativa dificilmente será superada. Na programação de sua viagem conte com o guia, se possível, o quanto antes. A maioria deles terá prazer em te ajudar mesmo que por e-mail. Mais do que isso, ele saberá dizer quantos dias será o ideal para você, locais de melhor hospedagem e até mesmo se há de fato a necessidade de veículo no destino escolhido.
Talvez alguns destinos como grandes centros urbanos não tenha a necessidade da figura do guia, embora ajude e se você procurar, ele estará lá.
Alguns pontos de Atenção
Guia Credenciado
Resumidamente temos 2 tipos de credenciamento de Guias. O Guia Credenciado pela CADASTUR e o Guia Credenciado pela entidade local. Muitas vezes o guia precisa estar filiado aos dois. Aqui eu faço uma ressalva por experiência minha. Por mais treinamento que o Guia CADASTUR possa ter, se ele não é um conhecedor do local para onde está guiando, você não estará sendo bem guiado. Então dê prioridade aos guias locais quando se trata de passeios na natureza.
Aos Guias CADASTUR, é interessante saber que há uma forma simples de verificar. Se ele diz ser cadastrado, basta você buscar ele no acesso ao turista pelo portal da CADASTUR aqui.
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